Comentário - Dia Fiama: um testemunho | Author : Jorge Fernandes da Silveira | Abstract | Full Text | Abstract :Fragmentos de textos, testemunho sobre Fiama Hasse Pais Brandão. |
| Naturezas-mortas de Fiama Hasse Pais Brandão | Author : Mônica Genelhu Fagundes | Abstract | Full Text | Abstract :A poesia de Fiama Hasse Pais Brandão revela um curioso interesse pela pintura de natureza- morta. A expressão é citada em alguns de seus poemas, e outros tantos dialogam com esse gênero pictórico caracterizado pela representação de objetos inanimados, em que a figura humana é, o mais das vezes, elidida. Neste ensaio, buscamos investigar como a poesia de Fiama se apropria da arte da natureza-morta e a ressignifica, valendo-se dela como forma de apreender e transformar o real e sua relação com o sujeito; e, igualmente, como forma de pensar o próprio fazer poético. |
| Apresentação - Fiama e seus pares: releituras, lápides e versões entre os poetas (des)de 60 | Author : Luciana Salles, Sofia de Sousa Silva | Abstract | Full Text | |
| Fala e falta: de Fiama Hasse Pais Brandão a Manuel António Pina (ou vice-versa) | Author : Aline Duque Erthal | Abstract | Full Text | Abstract :Debruçando-se sobre Fiama Hasse Pais Brandão – em especial, sobre seu poema “Hora obscura” – e Manuel António Pina, este artigo propõe a falta como lugar da fala da poesia portuguesa que se faz a partir dos anos de 1960 e é herdeira do Modernismo. Visitando outras vozes poéticas (Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Luís Miguel Nava) e pesquisadores como Rosa Martelo e Jorge Fernandes da Silveira, acercamo-nos da noção de indecidibilidade para apreender aquilo que é, simultaneamente, obstáculo e potência dessa(s) escrita(s). |
| Fiama Fiandeira: o fascínio pelo hermetismo | Author : Cinda Gonda | Abstract | Full Text | Abstract :As estratégias de leitura de um poema, como as definiu, ainda nos anos 1980, o crítico português Eduardo do Prado Coelho, a que se soma um projeto de abordagem textual “ao rés do chão”, como a deseja Jorge Fernandes da Silveira, constituem os pontos de partida teóricos para encontrar a via de leitura da poesia de Fiama Hasse Pais Brandão e do seu fascínio pelo hermetismo. Numa segunda etapa, este ensaio gostaria de propor, juntamente com António Ramos Rosa, que a opção pelo hermetismo é a marca central da poesia contemporânea, o que permite em consequência recuperar aquele elo perdido entre a poesia de Orpheu e os poetas do grupo Poesia 61. |
| Resenhas de Literatura - Breve nota sobre Obra Breve | Author : Rosa Maria Martelo | Abstract | Full Text | Abstract :Livro resenhado:
Brandão, Fiama Hasse Pais. Obra breve. 2ª ed. Prefácio de Eduardo Lourenço. Lisboa: Assírio & Alvim, 2017. |
| Fiama, camoniana | Author : Luis Maffei | Abstract | Full Text | Abstract :Fiama Hasse Pais Brandão é uma poetisa de admirável erudição. Isto lhe permite estabelecer diálogos profícuos e surpreendentes com uma grande quantidade de poetas e outros artistas. Luís de Camões é um interlocutor privilegiado de Fiama. O diálogo entre a poetisa e um de seus poetas mais queridos, que ela, inclusive, estudou como crítica, ajuda Fiama a investigar alguns problemas centrais em sua poesia, tais como o amor, o tempo, o passado e as imagens. Este artigo, a partir de leitura de alguns poemas, especialmente “A Camões” e “O gnomo”, ambos de Novas visões do passado (1975), pretende lançar, para além da mera intertextualidade, algumas luzes sobre a relação entre Fiama e Camões, sem esquecer outras presenças importantes para a poetisa, como a de Fernando Pessoa. Um dos tópicos centrais por que este estudo passará, enfim, é o da metamorfose, lida em Camões e em Fiama a partir de Ovídio. |
| Do Espelho ao Espelho: Fiama, a palavra reflecte a outra palavra | Author : Joana Matos Frias | Abstract | Full Text | Abstract :Estabelecendo um vínculo assumido com a célebre expressão de W. B. Yeats “mirror turn lamp” (1936), que esteve na origem do título do não menos célebre ensaio de M. H. Abrams, The Mirror and the Lamp (1960), dedicado à teoria poética do Romantismo, este ensaio parte da leitura de dois versos de Fiama Hasse Pais Brandão para uma tentativa de sistematização do discurso metapoético daquela que é uma das escritoras mais auto-conscientes da literatura portuguesa do século XX. Neste sentido, procura-se reconstituir e problematizar esse discurso dando especial destaque à obra em que esses versos se inscrevem, Área branca (1978), uma vez que este livro representa, na totalidade da produção da autora mas também no campo mais alargado da poesia portuguesa da segunda metade do século XX, um lugar de transmutação qualitativa das grandes questões poetológicas que têm atravessado a criação poética moderna e contemporânea, pelo menos desde o Romantismo tão caro a Fiama – linguagem e representação, palavra e imagem, memória e imaginação, identidade e alteridade, metatexto e hipertexto, a tradição e o talento individual –, e que na sua obra foram objecto de uma síntese dialéctica de invulgar trepidação reflexiva. |
| Fiama em cena viva | Author : Maria Silva Prado Lessa | Abstract | Full Text | Abstract :Parece-nos necessário um exercício de aproximação ao aspecto cênico da obra de Fiama Hasse Pais Brandão a partir da manifestação de uma crença no caráter performático da voz poética, traço percebido tanto em produções pertencentes ao universo teatral quanto em seus poemas. Nesta incursão à qual nos lançamos, a relação entre poesia e teatro ou poesia e drama é tomada a partir da leitura da estrutura de uma “recitação poética” incluída no livro de estreia da autora, Em cada pedra um voo imóvel (1958), intitulada “Luar e sal”. Neste primeiro momento de sua escrita, o que vemos é a aposta num “teatro da voz” – como Jorge Fernandes caracterizará a sua poesia em Cenas vivas (2000) –, promovido pelo minimalismo do gesto e pela redução do espaço cênico ao eco das falas dos diversos personagens. Dessa forma, no livro de 1958, a "ceno-grafia" se mostra uma primeira maneira de alçar o poema à qualidade de lugar, como apontará Eduardo Prado Coelho, quando sugere que “Poesia 61” formulará uma “concepção topológica do texto como lugar onde o sentido se produz” (1976, p. 265). |
| Grafias em metamorfose | Author : Rafael Santana | Abstract | Full Text | Abstract :Trata-se de uma reflexão sobre os processos da escrita em três artistas hiper-significativos no panorama da poesia portuguesa do século XX, a saber: Jorge de Sena, Carlos de Oliveira e Fiama Hasse Pais Brandão. Pensando os seus veios escriturais quer ética quer esteticamente a partir do compromisso social e da autonomia da linguagem, este artigo perscruta a poética do testemunho de Jorge de Sena em seu gesto cosmográfico, a poética da brevidade de Carlos de Oliveira em sua expressão cartográfica e a metáfora depurada de Fiama Brandão em sua manifestação gráfica. |
| Uma leitura jubilosa | Author : Fernanda Drummond | Abstract | Full Text | Abstract :Este artigo aponta algumas vertentes possíveis para ler a poesia de Fiama Hasse Pais Brandão. A primeira tem a ver com a busca pelo leitor único, aquele privilegiado para entender os meandros da literatura dita hermética. Nessa seara, procuramos entender esse conceito de Brandão por meio da reação à leitura de Roland Barthes, em “A morte do autor”, publicado em 1968. A segunda vertente liga as ideias de imagem às de desejo. Dessa maneira, poderemos ver como o diálogo com o desejo e o erotismo está expresso na poética de Fiama. Entendemos aí a expectativa de abandono do leitor como uma enunciação da falta, conceito central para o entendimento da ideia de eros. Por fim, a terceira vertente explora as teorias de imagem numa investigação que acompanha a elaboração dos poemas da autora de 61. Partimos de reflexões dos próprios poemas de enfrentamento da imagem literária e do sentido da visão até um dos últimos versos da autora. Pode-se concluir, assim, que a definição do suporte da imagem, de modos complexos e múltiplos, foi a preocupação que fundamentou a Obra breve de Fiama Hasse Pais Brandão. |
| Notas sobre a construção de uma comunidade: a poesia de Três rostos, de Fiama Hasse Pais Brandão | Author : Marlon Augusto Barbosa | Abstract | Full Text | Abstract :No livro de poemas intitulado Três rostos, da escritora portuguesa Fiama Hasse Pais Brandão, publicado pela primeira vez em 1989, “sons nocturnos e diurnos” (BRANDÃO, 1989, p. 70) de inúmeros animais parecem se fundir em prol da construção de uma comunidade poética. Essa comunidade é construída pelo “canto” de aves, cães, rãs, vespas... O objetivo deste texto é pensar, a partir desses sons que se fundem, a construção de pelo menos três eixos – ou três rostos – que dão corpo a uma certa comunidade: a relação entre os elementos que são tecidos pelos poemas; a relação entre os poemas e outros poemas; e as possíveis relações que Fiama Hasse Pais Brandão constrói com outros poetas. |
| A poesia de Fiama Hasse Pais Brandão: o fio do tear de Penélope | Author : Gabriela Silva | Abstract | Full Text | Abstract :O conjunto de poemas reunidos em Visões mínimas (1968-1974), que integra Obra breve de Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007), é o corpus deste ensaio. O objetivo que se apresenta é a busca pela essência da poesia de Fiama, evidenciando determinados elementos que atravessam suas construções líricas formando sua poética particular. Regressar à sua poesia é aproximar-se da natureza mítica das coisas e do fundamento telúrico da escrita. Complementam as hipóteses levantadas neste texto ensaístico, ensaios sobre o fazer poético e suas características, de Mikel Dufrenne, Maurice Blanchot, Octavio Paz, Manuel Gusmão, Silvina Rodrigues Lopes e Sousa Dias, entre outros. Corroboram em aspectos temáticos e biográficos da poeta, ensaístas como Eduardo Lourenço, Eduardo do Prado Coelho, Rosa Maria Martelo, Jorge Fernandes Silveira e António Ramos Rosa. |
| Porcelana de osso e calcário revelando a tarde de Fiama | Author : Gabriel Guimarães Barbosa | Abstract | Full Text | Abstract :Ao propor uma análise do poema "Canto da chávena de chá", de Fiama Hasse Pais Brandão, o presente texto busca entender como, no poema, os elementos constitutivos de uma cena de chá revelam seus mecanismos de funcionamento e composição a partir de uma intimidade criada entre a voz poética e os objetos que a circundam pelo trabalho poético com a linguagem. A partir do conceito de reflexão do romantismo alemão, pretende-se defender a hipótese de que, no poema de Fiama, a poesia é necessária para o conhecimento da realidade, contando com contribuições de leituras fundamentais sobre a obra da poeta portuguesa como as de Jorge Fernandes da Silveira e Rosa Maria Martelo. |
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