"Sem derramamento de sangue": religião e violência na prisão |
Author : Eliakim Lucena de Andrade |
Abstract | Full Text |
Abstract :O objetivo deste trabalho é refletir sobre religião e violência entre os internos da “Rua dos irmãos” da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), Itaitinga-CE, espaço marcado pela existência do Projeto Renascer, que orienta a vida dos presos a partir de uma moralidade cristã pentecostal. A partir de uma abordagem essencialmente etnográfica, que faz uso do olhar, do ouvir e do escrever, o trabalho demonstra como a religião, na casa de custódia, exerce sobre os presos uma ação de “civilidade”, controlando as emoções e regulando os conflitos cotidianos dos presos. |
|
Violência moral e reconhecimento |
Author : Marcelo H. Martins |
Abstract | Full Text |
Abstract :Este trabalho expõe a contribuição teórica de Axel Honneth em relação ao conceito de reconhecimento e as formas de reconhecimento denegado, que podem ser caracterizadas como violência moral. |
|
Classes sociais, consumo e violência simbólica |
Author : Rebeca Rebollo de Campos |
Abstract | Full Text |
Abstract :Este artigo trabalha o conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu no contexto de mudanças sociais e econômicas brasileiras. A violência simbólica tem na escola a principal instituição de reprodução social, mas ela pode ser percebida em outras instâncias, como a família, religião; e neste artigo, será trabalhada principalmente em seu contexto econômico, através do consumo. Com o aumento real do salário mínimo acima da inflação durante o governo Lula, aumento do número de empregos formais e ampliação do crédito, uma parcela maior da população passou a ter acesso a bens e serviços que antes lhes eram restritos. O consumo de aparelhos eletrônicos, carros, casas, roupas de grife e viagens causou incomodo nas classes mais altas, afetando a maneira como os conflitos e disputas por espaços físicos bem como disputas no campo simbólico ocorrem. O desprezo e a luta das classes mais abastadas para se distinguir dos novos consumidores assume formas e estratégias cada vez mais declaradas. A internet e as redes sociais são ferramentas importantes neste artigo, pois é através delas que serão avaliados casos de violência simbólica entre classes distintas, serão selecionados casos de violência e intolerância através do consumo e acesso de bens e serviços. |
|
Interfaces entre religião e política no Brasil: refletindo sobre políticas públicas para o fortalecimento dos direitos humanos |
Author : Vitor Hugo Rinaldini Guidotti |
Abstract | Full Text |
Abstract :A sociedade brasileira é composta por uma pluralidade de religiões manifestadas pelos mais variados espaços. Todavia, algumas das chamadas religiões universais historicamente mostram-se engajadas nos debates de interesse público por meio de seus representantes, incluindo líderes de organizações religiosas e representantes eleitos, que despontam suas concepções teológicas, incidindo muitas vezes no prevalecimento de visões antagônicas à alteridade no cenário político e setores públicos, em detrimento às reivindicações que enfocam a dignidade da pessoa humana, esta que é uma exigência social constitucionalmente garantida e almejada na visão dos Direitos Humanos. Baseada nessa conjuntura e através de uma ligeira discussão bibliográfica a partir de trabalhos das áreas da Sociologia da Religião e Políticas Públicas, o presente texto objetiva refletir em políticas de ações afirmativas voltadas para a promoção do direito à livre garantia de crença – ou descrença – religiosa sem que tal escolha seja tida como critério de exclusão, considerando as configurações sociais e religiosas do Brasil que apontam forte influência do cristianismo. Propõe-se ao final da discussão a educação e o espaço escolar para efetivação dessas políticas. |
|
O mercado simbólico da informação violência simbólica e a eleição de 2010 |
Author : Alexandre Aparecido dos Santos |
Abstract | Full Text |
Abstract :Neste trabalho buscar-se-á contribuir para o alargamento do entendimento a cerca das relações contemporâneas entre as esferas da mídia e a da politica em nosso país, a partir da etnográfica da produção discursiva dos periódicos Veja e Carta Capital sobre a eleição presidencial de 2010. Apresentando para isso uma breve reflexão sobre algumas das singularidades valorativas do mercado das trocas linguísticas através da análise dos usos sociais do discurso. Uma vez que o discurso, enquanto bem simbólico, pode estabelecer distinções sociais que denunciam um contexto de violência simbólica, podemos projetar as possibilidades do que pode ser estabelecido simbolicamente e assim construído socialmente, a partir da circulação de discursos informativos em momentos que dizem respeito à participação popular junto a questões do âmbito político nacional como, por exemplo, plebiscitos e eleições. Situação que nos permite, levando em conta a especificidade da realidade social brasileira, formular alguns questionamentos sobre a importância, tendo em vista a eficácia das trocas simbólicas, da relação entre o mercado simbólico da informação e o espaço de disputa pelo poder político no país. |
|
Linchaquara — o assassinato dos Brito |
Author : Luís Michel Françoso |
Abstract | Full Text |
Abstract :Este artigo tem por objetivo abordar os principais elementos históricos que compõem o violento assassinato dos Brito, na cidade de Araraquara – SP, ocorrido no ano de 1897. Neste período, o oeste paulista vivia a expansão do café, a chegada da ferrovia e o fluxo migratório que visava abastecer as necessidades de mão-de-obra. O assassinato tornou a cidade conhecida nacionalmente como linchaquara. O crime ainda hoje é lembrado, sendo utilizado, por vezes, para denunciar a intolerância com estrangeiros ou, até mesmo, para criticar sua presença. Ao longo do tempo os Britos se tornaram tema de peça de teatro e livros de história, sendo ainda, considerados atualmente santos populares. |
|
Considerações sobre a violência pela ótica de Johan Galtung: alguns aspectos do terrorismo e o advento da intolerância |
Author : Rodrigo Augusto Duarte Amaral |
Abstract | Full Text |
Abstract :Baseado na compreensão do sociólogo norueguês Johan Galtung acerca dos conflitos sociais, este artigo busca abordar os conceitos de violência estrutural, direta e, sobretudo, a cultural, relacionando-os com uma reflexão de Michael Walzer sobre os limites das ações militares, colocando em pauta a questão da desproporcionalidade entre inimigos, sobretudo tendo em debate o terrorismo como forma de ação de combate nos conflitos contemporâneos. O raciocínio disposto indica que medidas de violência direta extrema por parte das comunidades políticas fracas (como as praticadas no terrorismo, por exemplo) seriam um reflexo da sua falta de recursos em comparação a potências militares tradicionais. A consequência dessas práticas de violência direta extrema é a disseminação de um sentimento de intolerância por parte da sociedade civil (por medo, incompreensão), que constrói os discursos de intolerância, evidenciando-se, portanto, a existência da violência cultural. |
|
A barbárie em nome de Deus: obscurantismo e intolerância religiosa no Oriente Médio como a antítese do Islã |
Author : Danilo Porfírio de Castro Vieira |
Abstract | Full Text |
Abstract :Mais uma vez o mundo ocidental olha o Oriente Médio com autodeclarada preocupação. O norte do Iraque e o leste da Síria recentemente estão sob controle de um movimento “jihadista”, fruto da união de facções armadas resistentes aos americanos no Iraque e contra o regime Assad na Síria, denominado de ISIS (Islamic State of Iraq and Syria), autoproclamado califado. O ISIS instalou um regime de repressão radical e cruel contra opositores políticos e minorias religiosas. Há relatos de crucificações, fuzilamentos, esgorjamentos e venda de mulheres como escravas. As ações do ISIS são atribuídas aos preceitos da Sharia, o conjunto de fontes sagradas do Direito Islâmico (Fiqh). A proposta do texto é analisar a legitimidade político-religiosa do califado autoproclamado e se suas ações promovidas contra minorias religiosas – como os xiitas, alauítas, drusos e cristãos – e étnicas condizem realmente com o Direito Islâmico. |
|
Violência e/da representação em “O Estrangeiro”, de Albert Camus: uma perspectiva da sociologia da moral |
Author : Ricardo Cortez Lopes |
Abstract | Full Text |
Abstract :Esse estudo pretende analisar a obra literária O Estrangeiro através da Sociologia da Moral. Nosso objetivo é encontrar o núcleo da representação coletiva de violência sancionável juridicamente a partir de fatos violentos do livro. Para chegar a esse núcleo, os dados foram organizados em duas categorias: os que mostram fatos não imputados (que contribuíram com definições negativas) e os fatos imputados (portadores de uma definição positiva, mas incompletas se isolados contextualmente). Juntando-se esses dados buscamos chegar ao núcleo dessa representação coletiva de violência imputável. Concluímos que a obra descreve o processo de interiorização da violência desde a passividade até a punição pela sua prática. |
|
A violência contra a população de negros/as pobres no Brasil e algumas reflexões sobre o problema |
Author : Pedro Barbosa |
Abstract | Full Text |
Abstract :No presente artigo, procuro dar uma contribuição a mais como parte do debate sobre o preconceito, racismo, discriminação racial, xenofobia, intolerância correlata e a violência contra a população negra brasileira, principalmente a juventude negra. Neste contexto, a reflexão sobre violência e (in)tolerância na sociedade brasileira leva-me a manifestar como militante/acadêmico, sair de uma totalidade universal e concentrar numa questão específica de um único segmento social. A população denominada “afro-brasileira” (pretos e pardos) ou população negra pobre (tratamento que darei nesse texto). |
|
Alteridade e empatia: novos paradigmas para as humanidades no século XXI? |
Author : Fábio Gerônimo Mota Diniz |
Abstract | Full Text |
Abstract :O texto pretende-se um breve ensaio que aborde o papel do estudioso das chamadas Ciências Humanas à luz dos dilemas trazidos pela contemporaneidade, especialmente os que tendem a desautorizar o papel humanístico da universidade e abrir espaço para discursos violentos, associados ao pensamento mercantilista conservador e a preconceitos de vários tipos. Confrontando-se com o questionamento de sua importância no contexto atual, acreditamos que às humanidades urge a delimitação clara de algumas premissas que norteiem seu trabalho, constituído historicamente à luz dos direitos humanos. De tal modo, nossa proposta é uma apresentação de dois paradigmas que acreditamos ser intrínsecos ao trabalho do humanista, alteridade e empatia, e que podem servir como fundamentos para uma reflexão sobre o trabalho das Ciências Humanas. Partindo dessas perspectivas, pretende-se confrontar esses paradigmas com o crescimento do discurso violento do mercado, especialmente com a expansão da rede mundial de computadores e, consequentemente, dos veículos virtuais de informação, que popularizaram muito esses discursos na última década. |
|