A política industrial na Coreia do Sul e no Brasil durante o paradigma tecnológico da microeletrônica |
Author : Hermano Caixeta Ibrahim |
Abstract | Full Text |
Abstract :Uma vez que a atuação estatal via políticas econômicas é fundamental para o avanço tecnológico e produtivo de um país, o presente trabalho apresenta a trajetória da política industrial sul-coreana e brasileira ao longo do paradigma tecnológico da microeletrônica. O objetivo é explicar como o país oriental conseguiu as capacidades produtivas e tecnológicas ao longo de seis planos quinquenais de desenvolvimento econômico, em especial no setor de microeletrônica. No caso do Brasil, o artigo expõe o atraso da política industrial com a mudança de paradigma tecnológico e o consequente desmantelamento do setor no país. Os resultados apontam que a articulação institucional entre a política industrial e as empresas é fundamental para a criação de capacidades tecnológicas em um novo paradigma. |
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A visão liberal social de José Guilherme Merquior para o Brasil |
Author : Anderson Barbosa Paz |
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Abstract :J. G. Merquior foi um importante intelectual brasileiro do século XX. Crítico do marxismo, a partir da década de 70, assume uma visão liberal social da filosofia política. Buscava conciliar a liberdade com mais igualdade, propondo um livre mercado com um Estado refuncionalizado que promovesse mais oportunidades. Seu pensamento político influenciou a doutrina de alguns governos pós-redemocratização de 1985. Por meio de uma metodologia de pesquisa documental e uma discussão eminentemente bibliográfica, objetiva-se compreender a visão do liberalismo social de J. G. Merquior para a política brasileira. |
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Uma proposta para política de desenvolvimento produtivo e tecnológico: uma via para o Brasil no próximo paradigma tecnológico |
Author : Marco Antonio Rocha |
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Abstract :O objetivo do trabalho é discutir os desafios impostos pela mudança do paradigma tecnológico e como, dada a estrutura atual da indústria brasileira, algumas possibilidades de inserção podem ser exploradas. O texto apresenta um breve resumo das políticas industriais que vem sendo organizadas nas economias industrializadas e apresenta uma proposta de organização da política industrial, científica e tecnológica nacional a partir das características da Quarta Revolução Industrial. Algumas oportunidades surgirão justamente devido ao caráter específico da produção e utilização das chamadas tecnologias habilitadoras da Quarta Revolução Industrial, que poderão criar mercados locais para soluções tecnológicas customizadas. |
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Brasil, uma sociedade que não aprende: novas perspectivas para discutir ciência, tecnologia e inovação |
Author : Paulo Gala, André Roncaglia de Carvalho |
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Abstract :O desenvolvimento econômico é uma transformação estrutural que leva pessoas da agricultura para indústria e depois para os serviços modernos; um processo conhecido como “revolução industrial”. O Brasil consegui avançar muito neste processo até os anos 1980; chegou ao meio do caminho, parou e depois comecou a regredir. Seu sistema produtivo caminhou no sentido de diversificação e aumento da complexidade até os anos 2000, depois regrediu e voltou a se espcializar em produtos menos complexos. Viramos a economia da padaria, dos cabeleireiros, das manicures e dos lojistas de shopping: serviços não escaláveis, sem produtividade, sem desenvolvimento tecnológico. O presente artigo discute as causas deste processo de regresso tecnológico do país, apoiando-se na nova economia da complexidade, explorando conceitos como externalidade em rede, economias de aglomeração e retornos crescentes à escala para compreender como o Brasil pode escapar de suas (des)vantagens comparativas para tornar-se uma sociedade que aprende. |
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Estado e desenvolvimento: as políticas industriais brasileiras (2003-2014) |
Author : Daniela Cristina Comin Rocha |
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Abstract :A perda de participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, bem como a dos bens industrializados na pauta exportadora brasileira tem se apresentado como tendências, pelo menos nas últimas duas décadas. Nesse contexto, ressurge o debate em torno de qual deve ser o papel do Estado no desenvolvimento econômico. No Brasil, políticas industriais foram retomadas pelos governos petistas, entre 2003 e 2014. Ainda que não se tenha conseguido reverter tais tendências, a criação de um aparato institucional e legal voltado para o desenvolvimento industrial, com espaços de diálogo entre os setores público e privado mostrou-se importante. Assim, o artigo discute tais políticas com o objetivo principal de apontar seus avanços e limitações. Ademais, pretende-se contribuir para a discussão a respeito do papel do Estado no desenvolvimento econômico. |
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A internacionalização dos grupos de pesquisa nacionais em bioenergia: formação de redes e estratégia político-científica |
Author : Daniela Alves de Alves, Victor Luiz Alves Mourão |
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Abstract :Este texto visa produzir conhecimento reflexivo sobre esse processo de internacionalização dos grupos de pesquisa e da produção científica nacional, com foco nos grupos de pesquisa sobre bioenergia. Nos propomos a investigar os conflitos e os interesses que mobilizam a constituição das redes. Nossa metodologia é baseada na coleta qualitativa de dados, utilizando de entrevistas semi-estruturadas guiadas por um roteiro básico. Os entrevistados foram selecionados a partir do envolvimento individual e coletivo com redes internacionais de pesquisa na área de energia. Além das entrevistas foram consultados projetos e relatórios de pesquisa disponibilizados pelos grupos, e sua produção científica disponível em plataformas. Constatamos uma clivagem entre as atividades científicas nacional e internacional, com níveis distintos de legitimação e reconhecimento científico dos pesquisadores em ambos os polos, além de um processo interno de extroversão intelectual e não apenas de imposição cognitiva e científica entre nações. |
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A inovação como estratégia de desenvolvimento econômico |
Author : Pedro Quaresma de Araujo |
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Abstract :Sob uma perspectiva estruturalista, a incorporação do progresso técnico constitui-se peça-chave para o desenvolvimento para o qual o Estado cumpre um papel estratégico preponderante. Sob uma perspectiva schumpeteriana, a empresa é o locus natural da inovação e, mesmo em estágios econômicos desenvolvidos, a inovação é o que assegura a competitividade no mercado, justificando assim o aporte de recursos públicos dedicados para este fim. Neste sentido, o objetivo deste artigo é apresentar uma breve resenha internacional dos instrumentos de apoio público à inovação com destaque para atuação dos bancos de desenvolvimento, valendo-se do exemplo da Alemanha, China, Japão, Coréia e no caso dos EUA da atuação das agências federais no apoio às empresas daquele país. |
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O novo desenvolvimentismo: limites e possibilidades frente ao debate atual |
Author : Rafael de Azevedo Ramires Leão, Vinicius Rezende Carretoni Vaz |
Abstract | Full Text |
Abstract :A teoria novo-desenvolvimentista ainda está sobre construção. Contudo, já existem críticas elaboradas pelas demais correntes hegemônicas de pensamento econômico no Brasil, tanto ortodoxas como heterodoxas. Este trabalho buscou reunir o conjunto de críticas de maior evidência, além de encontrar seus pontos consoantes. Não obstante, desde a crise do desenvolvimentismo clássico, nenhuma corrente de pensamento econômico se centrou em produzir uma estratégia pautada na industrialização, apesar de algumas correntes se colocarem enquanto herdeiras do desenvolvimentismo clássico. A sistematização das críticas e análises das propostas das correntes citadas pode contribuir para compreensão dos projetos atuais que se propõe a preencher este espaço dentro do campo heterodoxo. |
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A pesquisa sobre energias renováveis nas ciências humanas: em busca de marcos analíticos a respeito de transições energéticas para sustentabilidade |
Author : Guilherme de Queiroz Stein |
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Abstract :Nesse artigo, propõe-se uma revisão da literatura sobre energias renováveis, através de dados bibliométricos, coletados em quatro repositórios (Google Scholar, Scielo, Redalyc, Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES), de modo a traçar um panorama da produção científica sobre a temática. Os resultados apontam para uma consolidação da pesquisa brasileira sobre a temática, especialmente nas áreas de Engenharias, Multidisciplinar, Ciências Agrárias e Ciências Sociais Aplicadas. Essa consolidação não foi acompanhada pela grande área de Ciências Humanas, a qual não construiu uma agenda de pesquisa que acompanhasse a literatura internacional. Na segunda parte do artigo, são apresentados três frameworks que podem contribuir para suprir essa lacuna, especialmente nas áreas de Sociologia, Ciência Política e Políticas Públicas. Conclui-se afirmando a necessidade de se ampliar a pesquisa sobre a realidade latino-americana e realizar estudos comparativos sobre fatores políticos e institucionais que impactam processos de transições energéticas para sustentabilidade. |
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O ano do Brasil na França e o da França no Brasil: os impactos econômicos da diplomacia cultural |
Author : Mônica Portella de Aguiar |
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Abstract :O Ano do Brasil na França (2005) e o da França no Brasil (2009) foram um sucesso midiático e reforçaram a parceria estratégica entre os dois países. O objetivo da pesquisa foi investigar se, passada uma década, esses dois eventos da diplomacia cultural tiveram sucesso em aprofundar as relações econômicas e comerciais entre ambos países. O artigo começa introduzindo os anos supracitados e sua inserção em um projeto estratégico maior. Empregando como metodologia a análise crítica de dados estatísticos e indicadores econômicos entre 2003 e 2018, a segunda parte examina a evolução do intercâmbio comercial e do fluxo de turistas e estudantes entre Brasil e França. A pesquisa verificou que, embora o Brasil não tenha alcançado os objetivos econômicos e comerciais aguardados, a diplomacia cultural, se bem conduzida, pode ser um fator de crescimento econômico. |
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Perspectivas para o investimento em economia ecológica no Brasil |
Author : Alfredo Pereira Jr. |
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Abstract :Neste ensaio trato dos caminhos para implantação de um paradigma econômico ecológico no Brasil, partindo da constatação de que nossa trajetória política têm favorecido propostas contrárias. Vislumbro, a partir de uma futura mudança nos rumos políticos, e alterações na legislação do sistema financeiro, a possibilidade de financiamento de projetos ambientais sustentáveis por meio de “flexibilização” (easing) quantitativa e qualitativa, utilizando-se de moeda digital estatal fornecida a produtores e consumidores por meio de bancos públicos e comunitários. Como argumento favorável a este tipo de proposta, faço breve análise filosófica a respeito do significado da moeda, e argumento que na atualidade, com a tecnologia da informação, é possível, mesmo em ambientes de crise fiscal, gerar moeda para finalidades específicas, como o financiamento de empreendimentos produtivos em economia ecológica, e reforço da renda popular para facilitar o consumo dos bens gerados nestes empreendimentos. |
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