O presente artigo tem por objetivo ampliar o enfoque teórico-epistemológico acerca da temática das Políticas Públicas para o Ensino Médio. Para tal, buscamos analisar o percurso histórico de constituição do Ensino Médio ao longo da história da educação no país, bem como identificar as primeiras experiências relacionadas à Educação Integral no país. Nesse contexto, se inserem os estudos sobre o Programa de Educação Integral de Pernambuco enquanto política pública para o Ensino Médio. Os resultados apontam que o programa passa por um processo de expansão, mas que deve considerar as realidades de cada unidade de ensino.

A crise ambiental mundial vem mobilizando ações e debates sobre o tema há mais de 40 anos, tendo seu início com as conferências internacionais, tal como a Estocolmo em 1972. No Brasil em 1999, em decorrência das discussões mundiais sobre a temática, se deu a criação da Política Nacional de Educação Ambiental, que menciona a obrigatoriedade da inserção da Educação Ambiental (EA) em todos os níveis e modalidades de ensino de forma multidisciplinar. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo, investigar a formação, atuação e dificuldades de professores do Ensino Médio em relação à EA no ambiente escolar. A pesquisa aqui exposta é de natureza qualitativa e o levantamento de dados foi realizado por meio de questionários aplicados aos professores da rede pública e privada do município de Ilha Solteira-SP. A análise dos dados foi realizada com base na análise textual (com categorização) e realização de análises de estatísticas descritivas. A classificação da EA desenvolvida nas escolas é tida como insatisfatória pelos professores, apresentando visões pessimistas sobre o seu desenvolvimento, evidenciando a necessidade de maior inserção da temática ambiental na formação inicial de professores, bem como a oferta de formação continuada que visem contribuir na inserção de questões ambientais no ambiente escolar.

Este trabalho tem o objetivo de tratar sobre a transitoriedade da disciplina de Sociologia no currículo brasileiro. A pesquisa possui caráter qualitativo e a partir do estudo bibliográfico e documental buscou-se compreender os processos sócio históricos que contribuíram para a instabilidade da Sociologia na organização curricular da Educação Básica Brasileira, especificamente o Ensino Médio. Por meio do método comparativo trouxemos a legislação brasileira para desenvolver nossa problemática. Assim, no primeiro momento, apresenta-se uma retomada das políticas educacionais ao longo da trajetória histórica brasileira e seu contexto, depois, refletimos sobre a inconveniência que a Sociologia pode causar e sua inserção e importância no Ensino Médio, a partir das contribuições teóricas de Pierre Bourdieu para a maior compreensão e ampliação do debate em questão.

Este artigo visa alcançar o objetivo de apresentar uma discussão teórica sobre as possíveis associações entre o resgate de memórias, motivação e ensino-aprendizagem à luz do Curso Técnico Integrado do IFMG – Campus Ouro Preto com vistas a possibilitar uma formação integral dos estudantes. Para tanto, fora realizada uma revisão de literatura acerca dos aspectos históricos legais envolvendo as escolas técnicas brasileiras e as alterações ideológicas na Educação Profissional e Tecnológica ao longo do tempo, dos aspectos motivacionais no contexto escolar e da relevância da reconstrução histórica na construção da identidade dos sujeitos. O estudo evidencia como resultado que o resgate de memórias pode ser uma estratégia de intervenção pedagógica facilitadora do processo de ensino-aprendizagem e pode contribuir para uma formação integral dos sujeitos, por permitir que os estudantes sejam inseridos no contexto escolar como protagonistas, tornando-os mais motivados. Além disso, ressalta-se que ao longo dos anos adequações foram realizadas na Educação Profissional e Tecnológica e que o desconhecimento ideológico por traz destas mudanças conduz a uma formação rasa, que não leva em conta a verdadeira missão do curso e da formação integral. Sendo assim, conclui-se que os problemas enfrentados pelo Curso Técnico Integrado em Metalurgia do IFMG – Campus Ouro Preto não poderão ser sanados somente pelo resgate de memórias, entretanto, por acreditar que o ambiente escolar deve realizar ações que contribuam para a construção do conhecimento, o resgate de memória pode sim, uma estratégia motivacional influenciadora no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que agentes motivados tendem a buscar seus objetivos.

Este trabalho é fruto de uma pesquisa de intervenção pedagógica realizada em uma turma de terceiro ano do Ensino Médio de uma escola pública paulista. As atividades didáticas desenvolvidas e analisadas nesta pesquisa se deram por meio dos conteúdos clássicos de Taxonomia e Sistemática Biológica por meio da Pedagogia Histórico-crítica. Utilizando-se do materialismo histórico-dialético como concepção; como método de análise e como práxis, buscamos compreender, entre os alunos, o processo de transformação do conhecimento sincrético rumo ao conhecimento científico sintético e a maneira inconstante em que se dá a sua apropriação. Discute-se neste trabalho a aprendizagem como um processo não linear que deve ser compreendida por meio da dialética, entendendo seus conflitos e contradições.

O artigo tem o objetivo de apresentar as reflexões da pesquisa realizada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Especialização em Culturas e Histórias dos Povos Indígenas. Nessa ocasião discutimos o ensino da temática indígena a partir da Lei 11.645/2008 no ensino da literatura, problematizando a obra Iracema, do gênero indianista, de José de Alencar no que se refere a imagem que foi construída dos índios pelo autor e que ainda permanecem no imaginário social brasileiro. Confrontamos as Orientações Curriculares para o Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, com a Lei nº 11.645/2008 que determinou o ensino da temática indígena na Educação Básica, junto com uma pesquisa de campo com professores de literatura, indagando sobre a Lei e de como viam o índio na atual conjuntura social. Diante dessa abordagem, se evidenciou que os professores majoritariamente veem os índios a partir de estigmas, como uma figura folclórica não condizente com a realidade. Assim, identificamos que após dez anos da promulgação da lei há um amplo desconhecimento dela por parte dos professores, como também há carência na formação continuada dos docentes sobre o tema. Logo, concluímos que se torna indispensável cursos de formação continuada que abordem o instrumento normativo para que imagens equivocadas acerca dos povos indígenas sejam desconstruídas e problematizadas.

Este artigo aborda, de forma descritiva e analítica, as principais questões referentes ao federalismo brasileiro e suas implicações sobre as políticas voltadas à educação. O presente trabalho debate o conhecimento do federalismo e o seu funcionamento na realidade brasileira. São abordados os recortes históricos mais relevantes do tema e o aporte legal, especificamente no caso brasileiro. O texto conclui que: 1. O federalismo no Brasil se mostra instável, apresentando variações temporais ao longo de sua história política; 2. Historicamente, o desenho do federalismo brasileiro se mantém centralizador (centrípeto); 3. O modelo cooperativo ainda não está consolidado nas políticas da União e das unidades subnacionais; 4. As políticas públicas redistributivas são essenciais na tentativa de estabelecer um federalismo simétrico; 5. Os fundos de transferência subordinam os entes federados às decisões políticas e econômicas do governo federal; e 6. As políticas educacionais, desenhadas de cima para baixo, não se ajustam e não contemplam adequadamente as necessidades locais.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) constituem um problema de saúde pública, que ocasionam grande multiplicidade de sintomas e manifestações clínicas, com maior incidência entre adolescentes e adultos jovens. Nesta conjuntura, ações de educação em saúde são justificadas a esse público, por meio de uma abordagem lúdica e linguagem adequada acerca da prevenção às ISTs, contribuindo para mitigação de riscos destas doenças e da gravidez precoce. Assim, o presente estudo objetivou descrever relatos de experiências acerca de educação sexual para estudantes de ensino médio. O estudo caracterizou-se como um descritivo do tipo relato de experiência, no qual foram utilizadas palestras audiovisuais, exibição de peças anatômicas, protótipos das bactérias e vírus causadores das ISTs, além da análise de percepção dos discentes sobre o conteúdo explanado. A partir das ações realizadas, verificou-se que o público jovem ainda apresenta conhecimento incipiente sobre a temática, de forma que a intervenção realizada permitiu maior conscientização e integração do público, de forma dinâmica e interativa com os materiais utilizados. Portanto, a realização da ação de educação em saúde possibilitou o incentivo à conscientização sobre as medidas de prevenção à ISTs e gravidez na adolescência.

O texto tem como objetivo discutir o ensino médio brasileiro, reformado pela Lei nº 13415/2017. Questiona os retrocessos na formação do Ensino Médio e as possibilidades de um projeto para a formação integral frente às alterações curriculares decorrentes da reforma, um assunto que deve ser pauta de discussão de educadores compromissados com a educação média pública, etapa educativa fundamental para a formação da juventude brasileira. A abordagem do assunto é realizada mediante estudo bibliográfico, análise de legislação e de documentos de política educacional. Como resultados dessa análise destacamos que o currículo do ensino médio tem sido objeto de disputa e sofre alterações em conformidade aos projetos de sociedade e desenvolvimento econômico das forças no poder. Também constatamos que o currículo proposto é minimalista por não possibilitar ao estudante a obtenção do conhecimento que lhes possibilite a formação integral. Concluímos afirmando a necessidade de acompanhamento e avaliação da atual reforma com vistas a propor um outro caminho que vise verdadeiramente garantir a educação que possibilite a formação integral.